quinta-feira, abril 02, 2009

Um dia, nada mais importou.
Nesse dia, o vento falou, a voz soprou e o pássaro da noite calou.


Terra dura, noite muda
todos os sentidos se abrem ao tempo.
Partículas de infinito se espalham no espaço.
Plantas crescem, dias amanhecem. A noite emudece. Madrugada vai alta, longe, comprida. Estica os dedos pra luz do céu que divide tudo. O mar não se torna mais navegável ao sol poente. As águas sim, as águas brilham pingos de suor. Reluzem como peixes sacudidos na rede. Tudo que é dia termina. Um sorriso invisível se apaga mais na brancura da sala. Cores fortes de pintura envelhecem. As coisas mais bonitas da vida se perdem. As coisas invariavelmente mudam e o tempo me devora. Tudo que é palavra evapora;