Catarse II (ou anti-memória para uma puta triste)
Abomino certas putas que descartam pudores e se pintam, maquiando o escárnio em gargalhadas do outro lado da linha. Não suporto a vibração de suas vozes, o tingido falso e abominante cultivado em eternidade, matando toda a vida. Todas mortas, todas elas morrendo no cume do rio, exalando cera de ouvido em cor de laranja por cima da água-musgo, sufocando em meio ao amarelo enjoado dos próprios cabelos dissolutos, o rosto inchado, se avermelhando na pressão aquosa e desfigurando-se mais e mais. Só então, devoradas pelos crocodilos, elas devidamente serão entregues ao nada, para onde merecem voltar sem mais resíduos. E no oco da escuridão, poderiam talvez soltar um respiro em tortura de paredes estreitas e doloridas, no excesso de tecido adiposo que, junto ao amarelo dos cabelos, elas cultivaram na sua anti-vida, se houvesse ainda algum vestígio.
4 Comments:
hehehehe
hahahaha
sacou, né???
=**
nossa!
ótimo texto, imagens fortes, para mim inéditas!! Tia Flor
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