quarta-feira, setembro 14, 2005

Um arregalo

Fernanda Shcolnik

Velocidade direta.
Tudo direto ao ponto.
Sujo as mãos em um livro antigo de prateleira
mal limpa, marcas do tempo, totalmente
desafiadora.
Desafia e se mostra na veia aberta e roxa.
Eu vejo um roxo.
Falo calada ao menino de Santa Teresa
o das calças-xadrez
que as minhas palavras são bem mais bonitas que as suas
(dele)
aquelas não respondidas.
Você se lembra?
Sujar as mãos com prateleira de livro antigo
um sonho antigo:
escrever foi realizar e: parar.
(Porque já foi.)
Tudo num direto
passando em asfalto o barulho que some
o mundo sem som. O som dos pneus. Os olhos que cerram.
Peço luz, eu imploro: luz!
Os olhos se cerram junto às cortinas.
O cheiro da veia roxa exala.
Os poros se fecham mas logo se abrem.
Um outro dia que nasce.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ah, gosto bem dos seus textos! Não tem publicado nada não? Digo, fora aqui no blog e tal.
vamos lá!
rs
Nem quase mais te vejo pela UERJ!

Beijocas

14 setembro, 2005 22:12  
Blogger Fernanda Shcolnik said...

Oi! Po, eu to sempre na Uerj de manhã, mas meio dia eu saio correndo hehe
Publicar, só por aqui mesmo... é o que eu posso por enquanto, né.

14 setembro, 2005 22:43  
Blogger Flávia Muniz Cirilo said...

Nanda, tem essas duas letras lá no site da Luisa!!!

18 setembro, 2005 23:53  
Anonymous Anônimo said...

Ah, novamente eu aqui!

Cadê novos textos?

tsc tsc

Vamos publicar essas coisas.
rs

São boas.

E você responde no seu própio comments, rs, muito engraçada.

Beijos,

Thiago Ponce

27 setembro, 2005 15:29  

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