Ímpeto
Fernanda Shcolnik
Foi em meio a passos largos
sem nenhum sinal da chuva
Foi num ônibus vermelho
pela rua São Clemente
em horário de almoço –
quando ouviam-se conversas de senhoras
pelas praças antigas
Naquele bairro inerte
uma janela aberta
jazia
iluminada
quieta:
latente
Podia-se prever
na imagem do estático
ventilador de teto
a iminência de um contato
Naquele Botafogo
tórrido
mulheres engravatadas
homens atrás dos bigodes
meninos invisíveis
chutam o tempo
configuram o ar seco
que pesa sob a claridade
Sentidos e ambiências
infotografáveis
se furtam a cada flash
5 Comments:
Ótimo! Ótimo!! Que bom que voltou a atualizar o filho!
Beijos, linda!!
REMO.
Que bom ver você de volta à escrita!! Adorei
Não é nada bom matar aulas, mocinha!!
Beijão!!
REMO.
AAAh, agora sim achei. Atualizado.
AMEI este.
A sutileza e o cuidado com as descrições de um lugar específico do Rio me lembram machado.
Linda!
Cheguei aqui e me enchi de espanto. Seus poemas são muito bons, Fernanda. Parabéns!
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