Notas sobre você materializada
I.
A literatura dói, oprime
como o sutiã apertado que uso agora:
constante, frio, rendado e burocrático.
A literatura finge.
A literatura dói,
porque espreme os poemas, mas nada sai.
A literatura se torna uma sala de torturas quando a penso.
E deixa apenas uma pergunta, que não quer calar:
Quem explica a atitude literária?
II.
A literatura ri da minha cara,
enquanto a chuva cortante não para de cair.
Minha cara de nada ri, pois em tudo vê ausência dessa graça
e consegue apenas assistir a chuva,
essa que corta, fere, abre a pele,
tirando dela sangue sólido e remoldado.
Enquanto a literatura ri, minha cara fechada é árdua
e, ao mesmo tempo, fachada e
(infeliz) -
motivo de graça.
6 Comments:
Uma relação difícil, não?
Obrigado por ir tão "longe..."
Abraços!
Olá, senhorita!
Começou o Algaravária, enfim: www.algaravaria.blogspot.com
Dê uma olhada por lá!
Beijos.
gostei dos seus poemas. li devagar. obrigado pela leitura prazerosa.
nandinha nandinha!!!
que saudades de você...
é eu andava mesmo enrolada apenas em pensamentos e externar tava complicado...
mas mesmo tudo complicado a gente vomita um pouco para descomplicar o que tem dentro...
... a literatura só ri da cara de quem a domina.
aos outros, é sisuda ou indiferente.
adorei, fernanda.
Valeu, Fernanda, pelas visitas!
Sempre que puer dÊ uma passadinha pelos nossos cantos. Há sempre poemas novos por lá.
Beijos.
Postar um comentário
<< Home